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Por que a contribuição no teto não garante o benefício máximo da aposentadoria?

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O valor máximo de aposentadoria não é garantido com uma contribuição no valor do teto do INSS. Essa é uma prática muito comum entre pessoas que não planejam sua aposentadoria, nem contam com o auxílio profissional para fazer os cálculos de acordo com a sua realidade.

Não é raro ver muitos trabalhadores que, nos últimos anos de contribuição, aumentam seu valor, mas se decepcionam ao receber os proventos. Saiba mais sobre o assunto e entenda a melhor forma de contribuir para a Previdência.

Fatores que influenciam no cálculo da aposentadoria

Para calcular o valor do benefício de aposentadoria, é preciso considerar fatores que vão além das contribuições efetuadas pelo segurado. Alguns deles, além do valor e do tempo de contribuição, são o fator previdenciário e a regra 85/95, sem contar os tipos de aposentadoria (aposentadoria por tempo de contribuição proporcional ou integral, por idade, especial ou por invalidez).

Tempo e valor de contribuição

Uma das regras atuais para o cálculo da aposentadoria por tempo de contribuição é a 85/95, em que atualmente a soma da idade e do tempo de contribuição precisa atingir 85 (mulher) ou 95 (homem) pontos. Ao atingir a soma, o trabalhador pode se aposentar com o benefício de aposentadoria por tempo de contribuição sem incidência de fator previdenciário. O segurado deve contar com tempo mínimo de contribuição de 35 anos se homem ou 30 anos de contribuição se mulher.

A carência de 180 contribuições é um dos requisitos para a concessão do benefício.

Fator previdenciário

O fator previdenciário é calculado a partir da expectativa de vida, tempo de serviço, idade e uma alíquota fixa de 0,31. Ele tem por finalidade incentivar o trabalhador a se manter ativo por mais tempo diminuindo o valor do benefício a ser concedido nos casos em que o profissional opta por se aposentar mais cedo.

Imagine o caso de um administrador sem direito a regra 85/95, em razão da soma da idade e do tempo de contribuição não atingir os 95 pontos. Nesse cenário, haverá a incidência obrigatória do fator previdenciário, que, normalmente, irá reduzir o valor do benefício. Porém, há casos em que o fator não o modifica e em outros até mesmo o aumenta. Cada caso deve ser analisado especificamente.

O cálculo do valor do benefício considerando todos os fatores que o influenciam é complexo. Pode acontecer, em um cenário, que um trabalhador que não tenha atingido a pontuação mínima da regra 85/95 desfrute de proventos de aposentadoria com incidência de fator previdenciário maiores do que seu salário líquido.

Por isso, quem deseja se aposentar pode ir a um posto do INSS e fazer uma simulação que ajuda a visualizar qual seria o valor de aposentadoria no momento, a partir dos dados registrados no sistema. Entretanto, em alguns casos, considerando as particularidades de seu histórico contributivo e de trabalho, é mais recomendável procurar ajuda especializada de um bom profissional.

O aumento no valor da contribuição não garante o benefício máximo de aposentadoria

Até 29 de novembro de 1999, a Previdência Social utilizava um sistema de cálculo que considerava, unicamente, os últimos 36 salários de contribuição apurados no período de 48 meses anteriores a aposentadoria. Por este motivo, muitas pessoas aumentavam o valor da contribuição neste período anterior à aposentadoria para garantir um benefício mais alto. Apesar dessa regra ter sido abolida há mais de 15 anos, alguns trabalhadores ficaram com essa falsa crença em mente.

Após essa data, no cálculo é considerado os 80% maiores-salários de contribuição desde julho de 1994 para o segurado que iniciou sua atividade remunerada em data anterior a 29 de novembro de 1999. Para segurados que iniciaram o exercício de atividade remunerada em data posterior a referida data ele computa as 80% maiores contribuições efetuadas durante toda a vida laboral. Dessa forma, para que garanta o valor próximo ao teto de pagamento de aposentadoria, em regra, uma pessoa deve contribuir pelo valor do teto durante 80% do tempo.

O aumento nos últimos anos influencia de maneira muito sutil no valor das contribuições, sendo extremamente difícil atingir o teto previdenciário. Por outro lado, se uma pessoa contribuiu pelo teto durante todo o exercício profissional, pode aliviar o valor a ser contribuído nos últimos anos, uma vez que esse período será descartado no cálculo do benefício.

Planejamento é a única coisa que garante que um segurado receba o valor máximo de aposentadoria. O valor da contribuição previdenciária deve ser pensado ao longo da atividade profissional e considerar todos os fatores que o influenciam. Para tanto, o auxílio de um profissional para avaliar cada caso pode ser de fundamental importância.

E então, ficou com alguma dúvida sobre a razão pela qual não adianta contribuir no teto para garantir o benefício máximo da aposentadoria? Escreva pra gente pelos comentários e até a próxima!

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